quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Mil-novecentos-e-um

          Eu não lembro exatamente o que senti ao ouvir a voz da Birdy pela primeira vez (e nem adiantaria lembrar, já que não conseguiria descrever), mas o que eu sei é que foi uma sensação maravilhosa, de bem-estar imediato e calma absoluta. Lágrimas devem ter escorrido no lado de dentro do meu rosto enquanto eu escutava a voz daquela garota, acompanhada somente de um piano (que é por excelência um dos instrumentos mais sublimes - alguém discorda?). Pode parecer exagerado - não sem motivo -, mas o exagero verbal é o único artifício de que disponho para fazer vocês entenderem que eu inexplicavelmente me apaixonei pela música dela. Que me desculpem Etta James, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Adele, Janelle Monáe e tantas outras, mas foi a voz de uma garota de 15 anos que me deixou realmente perplexo e me levou - naquela mesma hora - a procurar todas as outras músicas interpretadas pela Birdy que havia no Youtube.
          Se você não a conhecia ainda, quando for ouvir alguma de suas canções é bem provável que não sinta o que eu senti. Não me culpe. Cada um tem suas próprias músicas que ressonam na frequência certa de sua felicidade interna. Na verdade, quando fui ler as resenhas a respeito do primeiro (e único) álbum dela ("Birdy"), percebi que concordava com muitas das críticas: ela canta muito bem, contudo ainda é muito jovem e precisa melhorar em vários aspectos técnicos. Isso quando estou lendo em silêncio. Quando coloco o cd pra tocar, basta um mínimo de segundos para que eu me esqueça de tudo isso e admita, sem relutância, que aquele é um dos melhores discos que eu já escutei este ano. Acho, sinceramente, que é um dos poucos álbuns em que não retiraria nenhuma faixa. Foi realmente incrível ir ao cinema assistir Valente (animação da Disney/Pixar de 2012) há algumas semanas e reconhecer a voz da Birdy entre trilha-sonora do filme, como se já não bastasse a beleza do majestoso cenário da Escócia mítica.
          Caso queira uma indicação da melhor música dela, já aviso que não sou a pessoa mais adequada para responder isso - eu não conseguiria indicar menos de cinco. Mas, é claro, tem as mais conhecidas, como Skinny Love, People Help People, Shelter, The A Team e Without a Word (esta última composta por ela). A que eu trago aqui é "1901", que abre o álbum, um cover da banda Phoenix. Sobre a banda francesa Phoenix eu sei pouco, mas gosto do pouco que conheço, como Lisztomania, Rome e If I Ever Feel Better. No entanto, confesso que, nesse caso, prefiro (adivinhem!) a versão dela, da Birdy, a.k.a. Jasmine van den Bogaerde. Apesar de ser a mesma música, cada um girou o caleidoscópio para um lado e acabam apresentando versões essencialmente diferentes. Cabe a você eleger qual a melhor ou, por que não, apreciar de bom grado as duas.



"Fold it, fold it, fold it, fold iiit"


          Em tempo: a Fran também escreveu sobre a Birdy e, inclusive, explica de onde veio esse apelido curioso: http://www.meupalanque.com/2012/06/indicacao-musical-birdy.html

Um comentário:

  1. nossa, uma maravilha a leitura do teu blog. achei o conteúdo interessantíssimo. parabéns!

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